quinta-feira, 6 de maio de 2010

Opinião de arcebispo sobre pedofilia não reflete posição da Igreja, diz CNBB

Nesta terça, arcebispo de Porto Alegre disse que 'sociedade atual é pedófila'.'
Não é doutrina da Igreja esse comportamento, disse porta-voz da entidade
Comentários do arcebispo de Porto Alegre sobre pedofilia provocaram polêmica, nesta terça-feira (4), na assembleia-geral da Conferência Nacional dos Bispos Do Brasil (CNBB), em Brasília. Nesta quarta (5), o porta-voz do evento afirmou que as declarações não refletem a opinião da Igreja.
Dom Dadeus Grings é arcebispo de Porto Alegre e durante a assembleia-geral da CNBB em Brasília foi designado para falar sobre a missão da Igreja no mundo. Na terça, na primeira entrevista coletiva, disse que as denúncias contra a Igreja são uma tentativa de desmoralização, porque a pedofilia é maior em outros setores da sociedade.
“A sociedade atual, ela é pedófila. Esse que é o problema. Então facilmente as pessoas caem nisso. E o fato de denunciar isso é um bom sinal”, afirmou Dom Dadeus Grings na terça.
O arcebipso de Porto Alegre também fez comentários sobre liberdades sexuais e homossexualidade. “Antigamente não se falava do homossexual. E era discriminado. Quando começaram, ‘olha, eles têm direitos de se manifestar publicamente, daqui a pouco eles vão achar os direitos dos pedófilos, ‘é o direito deles’. Não, isso é crime”, afirmou.
Dom Dadeus foi aconselhado nesta quarta a não dar entrevista. As declarações dele surgem num momento delicado para a Igreja Católica. As dezenas de denúncias de pedofilia contra membros da Igreja aqui no Brasil e em outros países, como Estados Unidos, Irlanda e Alemanha, levaram o papa Bento 16 a prometer apuração rigorosa dos casos.
Dom Orani Tempesta, porta-voz da assembleia da CNBB, disse que aos bispos são livres para dar opiniões, mas que as declarações de Dom Dadeus foram mal interpretadas. Ele afirmou que a Igreja condena qualquer tipo de abuso sexual.
“Não é doutrina da Igreja esse tipo de comportamento. Aqueles que fizeram e cometeram algum crime devem ser julgados segundo a legislação de cada país, do Brasil e tudo mais", afirmou.

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