Estudantes de universidades públicas com renda familiar superior a 30
salários mínimos (R$ 26,4 mil) poderão passar a pagar anuidade escolar.
A proposta (PLS 782/2015) foi reapresentada no final de 2015 pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) e aguarda manifestação das comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Educação, Cultura e Esporte (CE), cabendo a esta a votação final.
De
acordo com o projeto, o cálculo dessa anuidade deverá levar em conta a
média do custo per capita dos alunos matriculados no mesmo curso em
universidades privadas. Apesar do esforço da política de cotas para
democratizar o acesso às universidades públicas, Crivella observou, com
base em dados do IBGE, que a parcela de estudantes em melhor situação
financeira no ensino superior público passou de 20%, em 2004, para 36,4%
em 2014.
“A despeito dos esforços para reverter essa
contraversão da lógica inicial, a realidade mostra que isso foi
insuficiente. A proporção de estudantes pertencentes ao quinto mais
pobre da população, com renda per capita média de R$ 192, era 1,2% em
2004 e chegou a 7,6% dos alunos de faculdades públicas em 2014”, observa
Crivella na justificação do projeto.
O parlamentar lembra que
apresentou proposta idêntica dez anos atrás. Na ocasião, a iniciativa
foi rejeitada pela CE, que a votou em decisão final. Embora reconhecesse
o mérito do projeto, o relator, à época, recomendou sua rejeição tendo
em vista a possibilidade de a gratuidade do ensino superior público ser
discutida dentro de um projeto de reforma universitária em tramitação no
Congresso.
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