quarta-feira, 4 de maio de 2011

No Inferno a espera de Obama

A morte de Osama Bin Laden foi anunciada pelo presidente Barack Obama na noite de domingo, num curto pronunciamento transmitido pela TV, em cadeia nacional. Ele contou que o líder da Al-Qaeda havia morrido em uma operação das forças americanas na cidade paquistanesa de Abbottabad, ao norte da capital, Islamabad

Capa da próxima edição especial da Revista Times

Fontes: Reuters , Notícia UOL, BBC Brasil, The New York Times, Al Jazeera

O mundo foi surpreendido no fim desse domingo, (0h30 de segunda, horário de Brasília) com a informação fornecida pelo próprio presidente americano, Barack Obama, Premio Nobel da Paz, que o terrorista procurado pelos americanos por uma década havia sido encontrado e morto pelas forças armadas americanas, numa operação em território paquistanês.

Foto: Pablo Martinez Monsivais/Associated Press
Obama anunciando a morte de Bin Laden no corredor da Casa Branca
O americano informou que o governo paquistanês havia sido informado da operação antes dela ser executada. Não se sabe, porém, quanto tempo levou da informação a ação, nem se o governo paquistanês teve a oportunidade de aceitar a operação americana em seu território, ou se foi apenas informado protocolarmente.

Obama ao anunciar a morte de Bin Laden, disse que a operação que resultou na morte do homem acusado de ser o mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 foi autorizada por ele na semana passada.

Obama fez questão de afirmar que a luta contra a Al-Qaeda, não é uma luta contra o Islã, religião, mas contra o terrorismo internacional. Em seguida dirigindo-se aos parentes da vítimas do 11 de setembro, disse que “a justiça havia sido feita”.

Foto: Doug Mills/The New York Times
Obama sorridente, no dia seguinte, numa cerimônia na Casa Branca
Durante o comunicado manteve uma postura grave e respeitosa, mas no dia seguinte, segunda feira, mal escondia o clima comemorativo, durante uma cerimônia na Casa Branca, quando falou de novo da ação americana, dizendo que “o mundo era um lugar mais seguro sem Osama bin Laden”. As fotos demostram então, um presidente exultante comemorando a vitória sobre um inimigo poderoso.

Foto: Mus Farman/European Pressphoto Agency
No Paquistão passeata nesta segunda-feira em protesto pela morte de Bin Laden.
Duas coisas devem ser destacadas, o mundo pode até ficar mais seguro no futuro com a morte do terrorista, mas no momento, está mais assustado e ameaçado que nunca. Para Obama, em particular, o mundo ficou bem mais perigoso.
Foto: Farooq Naeem/AFP
A discreta mansão onde o terrorista se escondia no Paquistão
Os analistas políticos apressaram-se em comentar que a morte de Osama alavancará a candidatura da reeleição do Obama, já em campanha, para as eleições do próximo ano.

"O anúncio do presidente Obama, no fim da noite de domingo, de que Osama Bin Laden havia sido morto transmitiu não apenas o tão esperado triunfo na área de segurança nacional para os Estados Unidos, mas também uma significativa vitória para Obama, cuja política externa tem sido objeto de persistente criticismo por parte de seus rivais", diz uma matéria do jornal The New York Times.

"O desenrolar (dos fatos anunciados por Obama) é quase certamente um dos momentos mais significativos e definidores de sua presidência", diz o artigo.

"Enquanto o trabalho de caçar e capturar Bin Laden foi um processo que levou décadas e envolveu três presidentes - isso sem mencionar milhares de pessoas -, foi o presidente Obama que deu a ordem hoje (domingo) para colocar em curso a operação que matou Bin Laden", escreveu em sua coluna no site do jornal The Washington Post o analista político Chris Cilliza.

"Foi o presidente Obama que anunciou a morte de Bin Laden. Foi o presidente Obama que, em seu pronunciamento nesta noite, usou a morte de Bin Laden como evidência de que a América pode conquistar qualquer objetivo que determinar", disse Cilliza.

"Tudo isso - sem mencionar a onda de patriotismo na esteira da morte de Bin Laden - vai fortalecer a imagem de Obama como um líder. Vai também complicar tentativas dos candidatos presidenciais republicanos, pelo menos no curto prazo, de atacar Obama em qualquer tópico."
Foto: Doug Mills/The New York Times
Americanos comemorando a morte de Bin Ladem diante da Casa Branca, como se fosse um fim de campeonato
Assim que os rumores da morte de Bin Laden começaram a surgir na internet, antes mesmo do anúncio oficial da Casa Branca, milhares de pessoas já se aglomeravam em frente à Casa Branca, e em Nova York, com bandeiras americanas, para comemorar a morte daquele que era o inimigo número 1 dos Estados Unidos.

Revidavam as manifestações tribais, consideradas primitivas e desumanas, á época, de alguns redutos que apoiavam o terrorista Bin Laden, que apareceram comemorando a tragédia do 11 de setembro, como uma vitória islâmica sobre o ocidente.

Assim em pleno século XXI, a civilização cristã ocidental, através da sociedade americana, comemora nas ruas, a morte do inimigo, como faziam e fazem tribos primitivas. Bin Laden era um terrorista impiedoso e atraiu para si essa morte cruel. Até compreendemos que os parentes dos mortos em 11 de setembro, e os próprios nova iorquinos, atingidos pela mente doentia do terrorista, sinta-se aliviada e festiva com o seu desaparecimento. Questionamos, porém, se pretendemos ser mais civilizados, que os terroristas, se não deveríamos ter uma atitude mais sóbria diante dos fatos?
Foto: Captura de video
Imagens copiadas de vídeo das forças armadas, do local da execução de Bin Laden, no Paquistão

Foto: Rahimullah Yousafzia/Associated Press
Bin Laden, no Afeganistão em 1998, ameaçando americanos e seus aliados
Foto: Ruth Fremson/The New York-Times
O mundo jamais esquecerá as imagens das torres gêmeas em chamas.

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