O Ministro da Defesa Nelson Jobim anda cabisbaixo e irritado. De tanto levar bordoadas da Presidenta Dilma, como o adiamento da compra dos aviões de caça, sem consultá-lo, até a redução de poderes do seu ministério, perdeu a parte da aviação civil, resolveu comentar a vontade de pegar o boné, para o jornal Valor Econômico. Um jeito de chantagear publicamente o governo. A conseqüência foi imediata, o sargentão Dilma não gostou e disse poucas e boas ao canastrão. Saudoso dos tempos de Lula, quando casava e batizava e dava o nome da criança, Jobim já prepara o pijama e a cadeira de balanço.
Foto: Getty Images
BYE- BYE - Nelson Jobim, indicação pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve ser o primeiro ministro a deixar o Governo Dilma Rousseff.
BYE- BYE - Nelson Jobim, indicação pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve ser o primeiro ministro a deixar o Governo Dilma Rousseff.
Fontes: Sul 21, Valor Online, Radar Online, Ansalatina
Segundo matéria do jornal Valor Econômico o ministro da defesa, Nelson Jobim, está desconfortável e contrariado com a falta de prestígio do seu ministério. Desde antes da posse da presidenta, ele acumula reveses. O mais sério é a revisão, à sua revelia, feita pela presidenta, do processo de compra dos caças franceses, Rafale para a FAB. O ministro também se sente escanteado em saber apenas pelo noticiário decisões importantes envolvendo seu ministério, como a retirada da aviação civil da órbita da Defesa, sem a sua participação mais efetiva.
Qualquer sujeito com o mínimo de vergonha na cara, já teria esvaziado as gavetas e partido para outra. Jobim prefere choramingar pelos cantos. Entre os amigos do Supremo Tribunal Federal (STF), aonde Jobim chegou a ser presidente, teria revelado a intenção em abreviar sua permanência no governo. Dizia pretender ficar no máximo dois anos, tempo que julga necessário para consolidar o comando civil na Defesa. Agora, analisaria a hipótese de sair neste semestre. Talvez a presidenta tenha planos para reduzir ainda mais a expectativa de sobrevivência do Ministro.
A relação de Nelson Jobim com a presidenta é fria e formal. Dilma demorou a receber o ministro em audiência, e quando decidiu revisar a compra de um lote de 36 caças para a FAB, pediu ao ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) para ler o relatório preparado pelo Ministério da Defesa, uma espécie de correição branca ao trabalho do Ministério de Jobim.
Jobim, é claro, não tem com Dilma o mesmo relacionamento que tinha com Lula, a quem deve a continuação como ministro. Sentindo-se frágil, tentou se fortalecer e ganhar a simpatia dos petistas levando o ex-deputado, mensaleiro, José Genoino para o Ministério da Defesa. O golpe pode ter saído pela culatra, pois agora o petista Genoino, é visto como candidato a vaga iminente de Jobim.
O PMDB, partido do ministro, entregou Jobim à própria sorte, ele não tem influencia político-partidária e os peemedebistas não vêem o ministério da defesa como um lugar fértil para as tramóias licitatórias e acomodações de correligionários. De bom grado trocariam o ministério por outro mais escancarado. A saída de Jobim seria até mais um bom motivo para buscar por um espaço ministerial mais lucrativo.
Nesse clima o site Radar Online, de Lauro Jardim, confirma que “foi ruim, muito ruim, a reação do Palácio do Planalto à reportagem do Valor Econômico relatando que Nelson Jobim pensa em deixar o cargo por se sentir desprestigiado.
Dilma Rousseff estaria uma arara, quando recebeu Jobim, no final da tarde desta sexta. Teria lhe dito “não aceitar recado pelos jornais”.
Com a cara deslambida, Jobim continuou no cargo. Tenta cumprir com comovente determinação, até o fim, o seu papel de garoto propaganda comissionado dos caças franceses.
Diante das circunstancias a bolsa de aposta garante que Nelson Jobim não come o peixe da Semana Santa sentado na cadeira de ministro.
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