terça-feira, 5 de outubro de 2010

Redução na taxa de juros japonês leva otimismo ao mercado acionário global

O dia hoje foi de otimismo no mercado acionário global, que foi impulsionado pela decisão do banco central do Japão (Boj) de reduzir a taxa de juros e dados do setor de serviços norte-americano. A iniciativa do banco central da Austrália de manter a taxa básica de juros também contribuiu para elevar os ânimos dos investidores.
A autoridade monetária japonesa anunciou inesperadamente novas intervenções para manter a recuperação da atividade em curso.  Além de fixar a taxa de juros do país no nível entre 0% e 0,1% -  menor nível desde 2006;  o BC japonês comunicou que vai disponibilizar 5 bilhões de ienes para financiar a compra de bônus do Governo e outros ativos, a fim de pôr mais dinheiro em circulação.
O anúncio alimentou as perspectivas de que os governos devem seguir propondo incentivos para sustentar o passo da economia global, incluindo o Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano).
O mercado ampliou ainda mais os ganhos, após a atividade do setor de serviços dos EUA mostrar crescimento em setembro. Segundo o Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), o índice do segmento não industrial foi de 51,5 em agosto para 53,2 pontos no mês passado. O número veio acima da estimativa do mercado que apontava alta para 52 pontos.
Entre os indicadores do velho continente, contudo, as vendas no varejo na zona do euro caíram 0,4% em agosto face ao mês anterior, em contraste com as expectativas do mercado que esperava um aumento de 0,2%, mas não influenciaram na decisão compradora dos investidores.
Já o Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto na zona do euro caiu de 56,2 em agosto para 54,1 em setembro, segundo o Instituto Markit. O resultado ficou ligeiramente acima da estimativa anterior de 53,8.
Ainda por lá, por considerar que persistirão as dificuldades devido à crise, o comissário europeu de Concorrência, o espanhol Joaquín Almunia, confirmou hoje que a Comissão Europeia seguirá autorizando ajudas governamentais a entidades financeiras e empresas ao longo de 2011.
Por aqui, acompanhando o otimismo internacional, a Bolsa de Valores de São Paulo completou uma série de quatro pregões no azul e fechou acima dos 71 mil pontos pela primeira vez em seis meses. Mesmo com a forte desvalorização dos papéis da Petrobras, o Ibovespa subiu 1,28% para 71.283 pontos - no maior patamar desde 9 de abril (71.417). O giro financeiro somou R$ 8,47 bilhões.
No mercado de câmbio, nem o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% para 4% para investimentos estrangeiros e a realização de dois leilões no mercado à vista seguraram o dólar nesta terça-feira. A divisa fechou o dia ao menor patamar em dois anos.
Ao final dos negócios, o dólar encerrou o dia valendo R$ 1,673 na compra e R$ 1,675 na venda, com desvalorização de 1%.
Na renda fixa, entretanto, a decisão do governo de aumentar o IOF ajudou a elevar, apesar de levemente, os Contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) depois de duas quedas consecutivas.
Os contratos para novembro deste ano subiram 0,01 ponto percentual, a 10,64%, enquanto dezembro de 2010 e janeiro de 2011 marcaram estabilidade, a 10,64% e 10,65%. Janeiro de 2012, contudo, caiu 0,03% a 11,39%, enquanto janeiro de 2013 passou de 11,78% para 11,82%. Janeiro de 2017 marcou valorização de 0,04 p.p., a 11,63%.
Na agenda econômica, o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) do mês de setembro apresentou alta de 0,42%. Com este resultado, o indicador acumula alta de 4,18%, no ano e 4,41%, nos últimos 12 meses. Em setembro, o IPC-BR registrou variação de 0,46%. A taxa do indicador nos últimos 12 meses ficou em 4,36%, nível abaixo do registrado pelo IPC-C1, informou nesta manhã a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) o nível de utilização da capacidade instalada (NUCI) da indústria caiu de 82,5% para 82,3% entre julho e agosto. O dado anterior foi revisado para cima, de 82,3% para 82,5%. A mediana das expectativas era de que o NUCI se elevasse para 82,4% em agosto.

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