domingo, 26 de setembro de 2010

Em 2010, o brasileiro terá de trabalhar cinco meses para cumprir suas obrigações tributárias

Mensalmente o cidadão investe boa parte de seu salário na aquisição de produtos de limpeza, alimentação e, comumente, com materiais de construção, auto-peças, vestuário e alguns bens duráveis. Contudo, o que poucos sabem é quanto custa o valor real do produto e quanto é destinado a impostos.
Estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) mostram que em 108 anos, a expectativa de vida do brasileiro cresceu 116 anos, já a expectativa de tributos aumentou 245%. Em 2010, cada brasileiro terá de trabalhar, em média, 148 dias - cerca de cinco meses - para cumprir as obrigações tributárias com fisco Federal, Estadual e Municipal. Quase o dobro do que se trabalhava em 1970, quando eram 76 dias.
A professora Aila Maria Castro Francelino, de 44 anos, ficou assustada quando descobriu que 40% do preço do detergente e do papel higiênico, que compra mensalmente, são destinados a impostos. "É um absurdo. O pior é que grande parte do que pagamos não é usado adequadamente. Temos uma carência muito grande na saúde e na educação", reclamou.
O problema, no entanto, é que esses impostos não estão sendo usados da forma devida, com investimentos em saúde e educação de qualidade. É essa a indignação do instrutor José Luís dos Santos, de 55 anos.
"Tudo que pagamos de impostos é gasto para esses políticos fazerem bandidagem e o que eles bem querem. Só não pensam no bem estar da população". Ele sugere que seja colocado, no cupom fiscal, quanto é pago de tributação, para que a população tenha essa noção.
Feirão do imposto
Com o objetivo de mostrar ao consumidor quanto ele paga de impostos, um stand foi montado, na manhã de ontem, na Praça do Ferreira, pela Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaj), com cerca de 70 produtos dos mais diversos gêneros. "Esse evento é um alerta para mostrar ao público o quanto esses impostos não estão sendo usados como deveriam para o benefício de todos, uma vez que a saúde, educação e as rodovias, por exemplo, estão em situação precária", alertou o coordenador geral da Associação dos Jovens Empresários de Fortaleza, Allan Sankey.
Para resolver esse problema, Sankey afirmou que tem que ser feito, o quanto antes, uma reforma tributária. "Mas a reforma por si só não basta. A população tem que cobrar de seus governantes a aplicação eficaz dos impostos". Segue o valor destinado a impostos em alguns produtos: gasolina, 38%; moto esportiva, 44,39%; café, 36,52%; celular, 41%; feijão, 18%.
LUANA LIMA - DN

Um comentário:

  1. souevandropassos@hotmail.com26 de setembro de 2010 às 20:08

    Uma beleza! O pior de tudo é que este dinheiro todo vai para muito poucos previlegiados.

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