quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ministro Gilson Dipp: "Estou saindo na hora certa"

Corregedor elogia sucessora, ministra Eliana Calmon

Gilson Langaro Dipp, 65, poderia ser Corregedor Nacional de Justiça por mais dois anos. "Estou saindo na hora certa", afirmou durante a entrevista concedida ao editor deste Blog, quando fez um balanço dos dois anos no cargo. A entrevista foi publicada nesta segunda-feira, na Folha.
No período em que esteve à frente da corregedoria, foram realizadas inspeções em 17 tribunais e 36 magistrados sofreram punição. Dipp previu que a sucessora na corregedoria, ministra Eliana Calmon, do STJ, dará continuidade à atuação do CNJ: "Tenho absoluta confiança que ela vai desenvolver um trabalho eficiente".
Gaúcho de Passo Fundo, Dipp exerceu a advocacia até 1989, quando foi nomeado juiz do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (Porto Alegre). Está no STJ desde junho de 1998.
O ministro é o idealizador e fomentador das varas federais especializadas em julgar crimes financeiros e de lavagem de dinheiro (um grupo de juízes especializados publicou um livro sobre lavagem de dinheiro em sua homenagem).
Dipp entende que os tribunais deveriam especializar turmas para julgar os crimes mais complexos. Marcou sua passagem no Conselho da Justiça Federal como incentivador da atuação conjunta de vários órgãos no combate ao crime organizado. Considera indispensáveis as técnicas mais invasivas para combater o crime sofisticado, como a escuta telefônica, interceptação ambiental, delação premiada e a infiltração de agentes policiais.
Dipp é casado, pai de três filhos.
A futura Corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon Alves, 65, baiana de Salvador, foi a primeira mulher a chegar ao Superior Tribunal de Justiça, do qual é ministra desde junho de 1999.
Para isso, repetiu o périplo dos concorrentes e pediu o apoio de ministros e congressistas. Sabatinada no Senado, surpreendeu ao dar o nome dos padrinhos: Edson Lobão, Jader Barbalho e Antonio Carlos Magalhães.
Para ela, foi uma forma de declarar independência: "Eles não poderiam me pedir nada porque eu não poderia atuar em nenhum processo nos quais eles estivessem".
Eliana foi Procuradora da República e juíza do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (Recife).
Considerada uma magistrada corajosa, no ano passado disse que as escolhas de candidatos ao STJ são "resultado de conchavos". Ela critica o sistema pelo qual os juízes de carreira chegam mais velhos ao tribunal, em comparação com os desembargadores vindos da advocacia. "Os magistrados de carreira não dirigem o Poder Judiciário", afirma.
Eliana é separada judicialmente e tem um filho.
Blog do Fred

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