segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

El Cid e as coisas Pombalinas


Após trazer à baila o tema acerca da cobrança das esquecidas taxas e contribuições de melhoria, o Governador Cid Gomes cogita ressuscitar as Ordenações Pombalinas, na tentativa de incluir na educação cearense o caráter crítico, racional e artístico, típicos do Iluminismo, de que o Marques de Pombal era declarado defensor. “Pombal é tudo de bom!”, afirmou o mandatário, enquanto passava em revista a tropa dos novos policiais do Programa Ronda do Quarteirão, que concluíram o treinamento na Academia e já estão à disposição dos assaltantes.

Insensível aos apelos dos mais coerentes, o governador se mostrou irredutível quanto à cobrança da contribuição de melhoria, que vem tirando o sono dos fortalezenses, sobretudo aqueles que, a exemplo das pombas, moram nas alturas. É que, conforme o projeto dos Ferreira Gomes, quanto mais alto morar o contribuinte, maior será o percentual que incidirá sobre o IPTU. Ou seja, quem reside no sexto andar de um prédio, pagará 50% a mais que aquele que mora no primeiro andar do mesmo edifício. “Só quem não vai pagar o IPTU é o tatu”, protestou o Deputado Heitor Ferrer & Fogo.

Empreendedoras, as construtoras cearenses já desenvolvem projetos para a construção de condomínios subterrâneos, de forma que, quando mais enterrada a unidade residencial, menor será o valor do tributo. “Em fevereiro estaremos lançando nosso complexo subterrâneo TATU LEVE, com excelentes apartamentos, abaixo da crosta terrestre, com água aquecida naturalmente e conexões tigre. Os jardins invertidos formados pelas raízes das árvores acima, terão espaços para os moradores passearem com seus tatus, pebas, cobras e minhocas de estimação”, assegurou o empresário José Carlos Pontes & Viadutos.

“Ainda pretendo fazer muitas outras reformas, como o Pombal fez em Portugal e revolucionou toda uma era. Estou fazendo uma releitura das Ordenações Pombalinas e, se me encherem o saco, vou pombalizar tudo!!!!”, bradou o gestor público, para em seguida, mais tranquilo, revelar: “Quero deixar uma obra para ser lembrado para a posteridade. Afinal, quando eu morrer/não quero choro e nem vela/quero um fita amarela/e um funeral como o Mandela”.

Ao tomar conhecimento das declarações de Cid Gomes de Orleans e Bragança, Chico Buarque recolheu-se para uma reflexão de seu Fado Tropical...

"Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo ( além da sífilis, é claro). Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar, o meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."

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