quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Carceragem no Rio era administrada pelos próprios presos, diz Procuradoria

Uma inspeção realizada na manhã desta quarta-feira na carceragem da Polinter de Queimados, na Baixada Fluminense, constatou que a prisão era administrada por um grupo de detentos, que circulava livremente. Eles negociavam regalias e recebiam até R$ 3.000 de familiares de outros presos para melhorar a situação dos colegas, segundo promotores de Justiça responsáveis pela visita.
Conforme o Ministério Público do Rio, quando os promotores chegaram à carceragem encontraram um policial civil trabalhando e dez presos circulando livremente pela unidade. Os demais detentos estavam nas celas.
O policial foi preso. Os detentos que estavam soltos foram conduzidos à CGU (Corregedoria Geral Unificada), órgão da Secretaria Estadual de Segurança, para prestar depoimento.
Um dos presos, acusado de homicídio, era tido como administrador da carceragem, segundo o Ministério Público. Os outros nove tinham diversas regalias.
Outro policial civil, que chegou à Polinter durante a inspeção, também foi detido. Foram apreendidos 15 celulares, um revólver calibre 38, carregadores, munição, listas de contabilidade, cerca de R$ 300 e US$ 21.
A suspeita sobre a conduta ilegal dos policiais da unidade começou depois que, durante outra investigação, interceptações telefônicas permitiram acesso a conversas em que parentes de presos negociavam melhorias com outros detentos.
A inspeção foi feita em conjunto por promotores e integrantes da CGU. 'Percebemos que algumas celas apresentavam condições melhores que as demais. Além disso, foi feita uma apreensão de dinheiro, que indica uma relação entre os valores recolhidos e as regalias desfrutadas por certos presos', disse o delegado Jaime Filho, da Corregedoria Geral.
Em nota divulgada na noite de hoje (4), a Secretaria de Segurança se refere aos presos que circulavam livremente como "voluntários" que estavam "colaborando no funcionamento da carceragem". 
Fonte: Fabio Grellet - Folha.com

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