sábado, 10 de outubro de 2009

Maioria dos jovens vive na pobreza

67,1% de crianças e jovens do Ceará estão em situação de pobreza. O percentual é maior do que a média nordestina, que foi de 66,7%, e do Brasil (de 44,7%). Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE, a partir de dados do Pnad de 2008.

O número assusta. E faz parte de uma triste realidade. 67,1% das crianças e jovens do Ceará estão em situação de pobreza. A informação foi divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Síntese de Indicadores Sociais 2009. O número de jovens cearenses com até 17 anos que vivem em situação de pobreza ou de extrema pobreza superam a média nacional e nordestina.

A região Nordeste registrou 66,7%. Enquanto que a média nacional foi de 44,7%. ``A situação nas regiões menos desenvolvidas do País é mais grave``, atesta Paulo Cordeiro, gerente de planejamento e supervisão da unidade estadual do IBGE. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílio (Pnad) 2008, foi apontado que 34,5% dos jovens cearenses de até 17 anos residiam em uma casa com renda per capita de até 25% do salário mínimo, considerados extremamente pobres. Os 32,6% restantes vivem na pobreza com uma renda per capita de até meio salário mínimo. Na época, o salário mínimo era de R$ 415. Na Região Metropolitana de Fortaleza, a estatística não muda muito. Mais da metade das crianças e jovens estava em situação de pobreza no ano passado. Foram registrados 21,7% dos jovens extremamente pobres e 31,8% vivendo na pobreza. O filho do catador José Maria Santos, 46, faz parte desse número. Rafael Santos, 16, decidiu largar os estudos para ajudar o pai na coleta. ``Não dava para ficar vendo só meu pai se sacrificar para levar comida para casa``, afirma. São cinco pessoas sobrevivendo com aproximadamente R$ 200 na casa dele. O levantamento da SIS 2009 destaca ainda que a renda da família é determinante para a frequência escolar, que aumenta conforme o nível de rendimento mensal familiar per capita. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos do Ceará verifica-se a maior diferença. Enquanto que o grupo pertencente às famílias do primeiro quinto de rendimento (20% mais pobres) apresenta 78,8% de frequência escolar. Os que integram as famílias do último quinto (20% mais ricas) tem 91,6%. Em Fortaleza, a média se é praticamente idêntica, passando de 78,9% para 96,7%. Entre os jovens de 18 a 24 anos, os dados também são alarmantes. A taxa de frequência escolar passa de 18,1% entre os mais pobres, para 45,6%, entre os mais ricos no Estado.
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