segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Voto contribui para ressocializar preso, diz juiz

Juiz gaúcho relata votação em presídio em 2006
"O primeiro pleito em que detentos temporários puderam votar, no Rio Grande do Sul, foi em 2006. Como titular à época da Zona Eleitoral 159, cuja abrangência territorial incluía o Presídio Central de Porto Alegre, coube a mim a tarefa de fiscalização. Um desafio e tanto, mas com a parceria de outras instituições, como o Ministério Público, Susepe e Brigada Militar, tudo esteve a contento".
O relato é do juiz eleitoral Ícaro Carvalho de Bem Osório e foi publicado no "Jornal da Ajuris", publicação da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul.
O magistrado recorda que então a preocupação não era com a logística, já que a instalação das urnas com prévia criação das seções era um trabalho puramente burocrático.
"Tratava-se da maior --e pior-- casa prisional do Estado. Tenho fotos transitando lá dentro com colete à prova de balas, e sempre acompanhado de policiais militares", conta o magistrado.
Para sua surpresa, tudo transcorreu de forma harmoniosa, segundo revela o jornal da entidade.
"Os presos que se manifestaram foram unânimes em aprovar a ideia. Sentiram-se valorizados, o que em tese contribui para a ressocialização, até porque eles não estão com seus direitos eleitorais suspensos, o que só acontece com decisão condenatória definitiva", afirma o juiz.
O magistrado diz que foi um episódio ímpar na sua carreira, e cuja lembrança guarda com orgulho.

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