segunda-feira, 6 de abril de 2015

O sonho (milionário) dos enófilos

Elencados aqui os sonhos de consumo de enófilos mundo afora, tanto no quesito tradição e requinte, quanto raridade e novidade. Esses últimos quase sempre são denominados cult wines. Alguns chamam os vinhos muito caros e produzidos em ínfimas quantidades de garage wines. Seja cult, seja garage, o que esses vinhos têm em comum são preços elevadíssimos.

França - A maioria dos sonhos Romanée Conti com Lula

A França é o grande berço quando o assunto é "vinhos top", ou seja, a maioria dos fermentados mais especiais e caros do mundo é, sem dúvida, da terra de Asterix. O primeiro exemplo é a mística do Romanée Conti. Ele ganhou grande repercussão aqui no Brasil quando o publicitário de Lula, Duda Mendonça, presenteou o presidente, então recém-eleito, com uma garrafa desse monumental vinho, safra 1998. Antes de assumir seu primeiro mandato, Lula, mesmo não sendo grande amante de vinhos, degustou o mais cobiçado fermentado do planeta, sonho dos sonhos de quase todos os enófilos.

Provar esse vinho é uma experiência para poucos. O impressionante é que a procura por ele tem crescido a cada safra. Um fenômeno para deixar qualquer especialista em marketing encafifado, pois nem mesmo o "todo poderoso" Robert Parker conseguiu deixar cair o interesse por ele - mesmo com suas baixíssimas pontuações para a safra 1998. Parker, crítico e especialista em fermentados potentes e à base de Cabernet Sauvignon e Merlot, somente uma vez deu 100 pontos para o Romanée Conti, um Pinot Noir puro da safra 1985. Nem por isso esse vinho deixou de ser a Rolls-Royce do mundo do vinho.

Fotos: Luna Garcia

A sensação é que essa jóia da Borgonha está acima de tudo. Além do 1985, que é unanimidade em termos de procura, as safras mais recentes de 1990, 1996, 1999, 2002, 2004 e 2005 são verdadeiras obras-primas segundo os especialistas. Para se ter uma idéia de preços, é difícil, nos Estados Unidos, achar uma garrafa por menos de US$ 5.000. A última safra lançada no mercado europeu ano passado, a 2005, alcançou preços estratosféricos que chegaram perto dos US$ 15 mil para uma garrafa de 750 mililitros.

Mesmo com esses preços, o mercado brasileiro é importante para o proprietário do Romanée Conti. Ele costuma vir ao Brasil para encontros com seus clientes e com jornalistas. Em meados de 2008, Aubert De Villaine, proprietário da Domaine, veio ao País para visitar algumas cidades e, em um de seus eventos por aqui, brindou com um grupo de jornalistas o lançamento completo de seus vinhos da safra de 2004.

Além do Romanée Conti, Villaine produz outros sete fermentados, sendo três deles - os tintos La Tache e Richebourg, seguidos do branco Montrachet (esse o mais imponente e disputado vinho branco do planeta) -, sem dúvida, parte integrante da lista dos sonhos de muitos enófilos. O La Tache 1996 e o Richebourg 1999 são monumentais e estão no mesmo nível do vinho principal da casa.

Petrus e demissões

Ainda na França, temos mais um sonho, agora da comuna de Pomerol, situada na macrorregião de Bordeaux, o Petrus. Esse vinho, diferentemente de outros bordaleses, como os Château Margaux e Haut-Brion - que são produzidos há mais de 200 anos -, nasceu no final do século XIX. O Petrus (não é Châteaux Petrus, mas, sim, só Petrus) é produzido, quase sempre, a partir de 100% da uva Merlot e tem uma legião de seguidores pelo mundo todo.

Foi em uma vertical (degustação do mesmo vinho de várias safras) que fez com que quatro de cinco executivos ingleses de um grande banco fossem demitidos por causa de um jantar no restaurante de mesmo nome (Petrus), em Londres, após gastarem a bagatela de 45.000 libras esterlinas (mais de R$ 150 mil). Eles, sem qualquer pudor, pediram reembolso do valor ao banco. Só um conseguiu salvar a pele. Sonho vale, mas não como pessoa jurídica. Certo?

Exposições e escândalos à parte, o Petrus está entre os mais intensos e profundos vinhos do planeta. Para se ter uma idéia de sua longevidade, o Petrus 1970, em 2002 quando tivemos a honra de prová-lo, ainda não estava pronto para "beber". Será que está pronto hoje?

Nos leilões, tanto da Sotheby's quanto da Christie's, os Petrus estão sempre entre os mais disputados. As safras de 1921, 1929 e 1945 são jóias raríssimas e restam pouquíssimas garrafas no mundo. As safras mais recentes, como 1982, 1989, 1990, 1995, 1998, 2000, 2003 e 2005, estão entre as mais afamadas e desejadas por enófilos. O preço básico de lançamento da extraordinária safra 2005 superou US$ 5 mil no mercado norte-americano.

#Q#

Clos de Vougeot e o Oscar

Ainda em Bordeaux temos alguns cult wines como Le Pin, Ausone, La Mondotte e Pavie como sensações, mas precisam de um pouco mais de tempo para se consolidar e estar ao lado do Petrus. Esses vinhos estão com seus preços superando, e em muito, tradições de Bordeaux tais como Château Mouton e Lafite Rothschild, além dos lendários Château Margaux, Haut- Brion e Latour, que também são sonhos de quase todos os amantes do vinho. Safras antigas desses vinhos, como Château Margaux 1900; Latour 1945, 1961 e 1990; Mouton 1945, 1959 e 1982; Lafite 1982 e 2000; e Haut-Brion 1989, são vendidas em leilões a preços fora de qualquer controle. São verdadeiramente "ouro líquido".

Da Borgonha, temos alguns seguidores dos vinhos da Domaine de la Romanée Conti, como o Richebourg e o Clos de Vougeot, do produtor Méo- Camuzet; o Bonnes Mares da Comté de Vogué; o Romanée Saint Vivant, da Domaine Leroy; o Clos de La Roche, da Domaine Dujac; o Chambertin Clos de Beze Vieilles Vignes, de Dominique Laurent; e o Chambertin de Armand Rousseau, dentre outros.

Vale ressaltar que o Clos de Vougeot é, do ponto de vista artístico, o vinho mais importante do mundo, pois foi ele que acompanhou o prato principal, as "Codornas no Sarcófago", no filme "A Festa de Babete". Um fermentado que deveria ter concorrido ao Oscar por seu papel e importância nesse delicioso longa metragem. Degustar um Clos de Vougeot de um grande produtor é realmente um sonho.

A grande maioria dos "loucos por vinhos", os mais compulsivos, perdem a cabeça com os raríssimos e disputadíssimos vinhos dessa região, pois a Borgonha, com suas micropropriedades, produz quantidades muito pequenas, que fazem valer a lei da oferta e procura. Para se ter uma idéia, o preço de lançamento de vinhos Gran Cru da Borgonha tiveram, em muitos casos, seus preços multiplicados por cinco nos últimos dez anos. Ou seja, 400% de aumento. A vida dos enófilos está ficando cada vez mais difícil, cada vez mais cara...

Champagne também

Ainda na França temos outra paixão inveterada que está na maioria dos sonhos, os champanhes. Beber um champanhe já é um privilégio, seja ele qual for, mas se entrarmos na mente dos sonhadores, todos querem ter a chance de provar um Krug Vintage ou um Salon, ou até mesmo um Krug Collection, esse último tão raro que nem em duas visitas à Maison Krug, em Reims, chegamos perto de uma garrafa. Mas, esse dia ainda vai chegar.

Poucos sabem, mas champanhes non vintage, devem ser consumidos logo que chegam ao mercado. Já os vintages (safrados) de grandes casas podem durar meio século. Nos últimos anos, tivemos safras espetaculares na Champagne como a de 1996, que está entre as melhores de sempre.

Dos Krug Collection, o 1961 e o 1964 estão entre os mais valiosos "vinhos com bolinhas" do mercado e praticamente não têm preço de base. Dos Krug Vintages, o 1988 é o mais grandioso entre todos, pois, além de tudo, tem uma história curiosa. A Maison Krug pela primeira vez em sua vida lançou um Champagne antes de uma safra subsequente, pois a 1989 foi lançada antes da 1988, tamanha a certeza que a casa tinha de estar à frente de um dos champanhes mais longevos de todos os tempos.

Dos Salon, o 1996 é monumental. Tivemos o prazer de degustá-lo em 2007, em Mesnil-Sur-Oger, sede da propriedade. Foi, sem dúvida, o mais impressionante Champagne já degustado. Um sonho realizado. Essa garrafa já é comparada aos fenomenais Salon 1982 e 1990.

Itália - Muito requinte Piemonte, Toscana e Veneto

Na Itália, a briga para ser um Bugatti ou uma Ferrari fica, como na França, focada entre duas regiões. Mas, vamos falar de três. O Piemonte com seus Barolos e Barbarescos e a Toscana com seus Super Toscanos e Brunellos. O outsider dos sonhos, representando a terceira região produtora da Bota, são os grandes Amarones, produzidos nas cercanias de Verona.

Foto: Luna Garcia

O piemontês Angelo Gaja pode ser considerado o peregrino que fez do fermentado italiano um objeto de desejo, mas foi o Sassicaia da Toscana que começou a colocar os italianos no topo do mundo. Foi o Barão Mario Incisa della Rocchetta, também um dos mais importantes criadores de cavalos puro sangue de corrida (nomes como Ribot e Nearco nasceram nas terras do Barão, que era sócio do Mago Federico Tesio - o maior criador de puro sangue inglês de todos os tempos), quem criou esse ícone italiano. Ele deu origem aos Super Toscanos, sucesso pelo mundo, principalmente nas últimas duas décadas.

#Q#

Mario Incisa era amigo particular do Barão Philippe de Rothschild, do citado Château Mouton, com quem dividia o sucesso de seus cavalos em meados do século passado. Pois bem, o barão francês influenciou de tal maneira Mario que esse colocou mais ênfase nas uvas "francesas", Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, plantadas no século XIX em plena Toscana (Bolgheri). Della Rocchetta iniciou produzindo vinhos, na época, para consumo próprio (claro que os amigos degustavam também seu poderoso tinto). O primeiro Sassicaia lançado comercialmente no início da década de 70 foi o 1968.

Já Angelo Gaja, o peregrino italiano, produz uma série de fermentados, mas são seus vinhos de vinhedos únicos: Sori Tildin, Sori San Lorenzo e Costa Russi, que alcançam as maiores pontuações em várias publicações mundiais. O Sori Tildin 1982 é um dos maiores monumentos da Itália que já degustamos. Recentemente degustamos o Sori Tildin 1996, que pode ser considerado o sucessor do 1982. Os Sori San Lorenzo e Tildin 1990 são afamados e desejados por muitos. O Costa Russi 1988 é tão maravilhoso quanto surpreendente. Dos Sassicaias, o 1985 é hoje o vinho mais procurado e caro na Itália. Uma garrafa já chegou a custar mais de US$ 5 mil.

Roberto Voerzio do Piemonte, com seus Barolos, e Gianfranco Soldera da Toscana, com seus extraordinários Brunellos, são talvez as novas sensações de maior destaque nos últimos 15 anos na Itália. Mas, vem do Veneto o mais artesanal de todos os produtores italianos no momento. Trata-se de Giuseppe Quintarelli, um mago que produz o Amarone mais espetacular dentre todos.

Não contente somente com seu Amarone, que, no Brasil, custa quase US$ 900, Quintarelli produz o ícone dos ícones da Itália. O vinho chama-se Alzero e é produzido, quase sempre, em partes iguais de Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. Ele é extraordinário e sua resistência quase infinita. Seus taninos são de uma solidez incrível. Um fermentado que pode evoluir por décadas. Especificamente, provamos o Alzero 1996 quando visitamos o senhor Beppe (como carinhosamente é chamado Quintarelli) em Negrar, na grande Verona.


Fonte: http://revistaadega.uol.com.br/artigo/os-sonhos-dos-enofilos_9185.html#ixzz3WYyzQ56K

domingo, 5 de abril de 2015

Negros escravizaram portugueses por 741 anos.

A grande dívida que os brancos tem com os negros por 400 anos de escravidão é provavelmente a maior mentira já contada na história. O preconceito contra os brancos é tão grande que até o google mudou o resultado da minha pesquisa de “império mouro escravidão” para “império romano escravidão”. Mouro vem do latim Maures que significa Negro, devido a cor da pele deles dos integrantes do Império Mouro.

O Império Mouro foi o grande império muçulmano que conquistou o norte da África, Oriente Médio e Península Ibérica ( onde hoje se localizam Portugal e Espanha), é o mesmo império que alguns muçulmanos querem refazer através do estado islâmico. Com o regime de Califado, onde um homem seria escolhido por Deus para liderar o povo muçulmano na conversão do mundo para o islamismo. 

Com o declínio do Império Romano, os Visigodos tomaram região por um tempo, mas o Califado conseguiu uma brecha e em menos de uma década conquistou a península Ibérica inteira. Apesar da resistência de algumas regiões que voltaram rapidamente ao domínio Cristão, o Império Mouro permaneceu de 711 até 1452 na península, oque nos leva a 741 anos de ocupação e também de escravidão do povo cristão.

Se considerarmos o tempo que os portugueses escravizaram negros de 1415 a 1975 ( se considerarmos o período colonial da Angola e Moçambique pós escravidão, pois a escravidão foi abolida em 1869), foram 560 anos. É um mal caratismo populista sem fim dessas organizações racistas promotoras de conflitos que nem deveria existir a essa altura do campeonato. 

A escravidão sempre existiu e sempre foi com o intuito de gerar mão de obra e não por causa da cor da pele. Brancos já escravizaram brancos, negros já escravizaram negros. Nos primórdios o escravo era propriedade de outra ou em algumas nações os escravos eram os que pagavam impostos e os cidadãos não pagavam.

E com o fim da escravidão o que realmente aconteceu foi que todos nos tornamos escravos através da cobrança de impostos. E para manter seu poder escravocrata o governo vem promover o conflito entre brancos e negros.Mais liberdade, menos dependência, quanto menos pedirmos ao governo menos impostos pagamos e enfraquecemos o governo.

Liberdade em Foco.